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Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 2050, a população mundial será superior a 9 mil milhões e, como tal, será necessário produzir mais 60% de alimentos. Em 2021, a Global Footprint Network calculou que a população gastou o equivalente a 1,7 planetas, o que significa que, caso a sociedade continue a registar este ritmo de consumo, até 2030, terá sido gasto o equivalente a 2 planetas Terra.

Deste consumo, os alimentos de origem animal são responsáveis por um uso superior de recursos (por exemplo, água, solo) e emissões de gases com efeito de estufa, em comparação com os alimentos de origem vegetal. Ora, no contexto específico português, a proporção de consumo de alimentos de origem animal é superior à de origem vegetal. Mais de 3,5 milhões de portugueses (34% da população) apresentam um consumo de carne superior a 100 g/dia.

É por isso que, enquanto consumidores e consumidoras responsáveis, devemos refletir sobre as nossas escolhas alimentares e o seu impacte no meio ambiente, mais especificamente, no problema da desflorestação, desperdício e poluição das águas e qualidade do ar. Para tal, a alternativa passa por uma alimentação mais sustentável, isto é, que prefira os alimentos produzidos localmente e sazonalmente, adquiridos diretamente aos produtores, que não sejam processados e excessivamente embalados. É importante, ainda, evitar o desperdício alimentar, já que contribui para o aumento da pegada carbónica, da pegada hídrica e da pegada da ocupação do solo.

 

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