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[Este conjunto de conteúdos foi produzido no âmbito da oficina Jornalismo ambiental – Pivots do Clima, desenvolvida na U.Jr da Universidade do Porto, pelos seus participantes. Ao longo de uma semana, estudantes do 9.º ao 11.º anos tiveram oportunidade de desenvolver peças jornalísticas de vídeo, áudio e texto sobre Ambiente e Alterações Climáticas.]

Algumas falhas na gestão hídrica nacional foram apontadas por Nuno Formigo, especialista em ciências da água. Durante esta semana, pessoas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) foram questionadas sobre o tema, revelando que adotam comportamentos sustentáveis.

Artigo publicado por Carlota Prazeres, Francisca Ferreira, Lara Dias

29 de julho 2022, 15:04

Portugal enfrenta a pior vaga de secas desde que há registos. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), este mês tem sido o julho mais quente do século XXI. Como consequência, surge um “efeito dominó”: a indústria agrícola acaba por sentir o impacto da escassez de água na sua economia, devido à redução da produção. 

Assim, os preços dos bens aumentam, as famílias perdem poder de compra e o país entra em défice comercial, porque importa mais produtos do que exporta. Quem o diz é Nuno Formigo, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em entrevista ao jornal Pivots do Clima. 

A falta de recursos também traz várias consequências para a agropecuária e para as florestas. Numa primeira fase, os regadios ficam com menos água no subsolo para regar locais de alimentação de gado e áreas de mato que, por sua vez, ficam secas e provocam a diminuição de alimento natural. Como consequência, os produtores veem-se obrigados a comprar rações menos nutritivas e com um preço mais elevado. 

A falta de água por parte da área florestal acaba por aumentar o risco de incêndios. “Se não chove, as folhas vão estar mais secas e, portanto, qualquer chama que apareça é um incêndio”, realça o investigador.

Antigamente, Portugal era um país com bastante água, o que levou à construção de uma grande quantidade de barragens, destinadas a diversos fins. Nuno Formigo explica que estas “serviam para produzir eletricidade, serviam para abastecer as populações de água, serviam para dar água à agricultura, até serviam para fazer turismo (…). Serviam para uma série de coisas e, portanto, isso é uma boa gestão da água”.

Por outro lado, é da opinião do docente da FCUP que o uso da água potável é feito de forma pouco sustentável, visto que esta é utilizada desnecessariamente em atividades, como lavar a loiça, a roupa, os carros, regar as plantas, etc. 

Além da gestão hídrica, Nuno Formigo refere a importância dos atos individuais no combate ao desperdício de água. Na FLUP, a maioria das pessoas questionadas tem a mesma opinião. Como tal, dizem esforçar-se por manter hábitos que contribuam para a poupança de água. Por exemplo, Mariana Freitas opta por utilizar a máquina de lavar loiça ao invés de lavá-la à mão, enquanto a água corre. Já Rui Pinto coloca uma garrafa no autoclismo para não desperdiçar tanta água, enquanto Alice Costa, reaproveita a água que sobra do duche para lavar o pátio. 

“Somos um grão de areia no mundo inteiro”, afirma Ana Ribeiro e a maioria dos entrevistados concorda que os atos individuais têm impacto se forem feitos por todos.

Os inquiridos consideram que a divulgação em massa para a mudança de hábitos pode contribuir para a colmatação do problema. “É difícil fazer os adultos mudar hábitos, mas é mais fácil fazer com que as crianças façam os adultos mudar os hábitos”, acrescenta Nuno Formigo.

[Neste vídeo, as autoras dão a conhecer os perigos – encadeados – que a seca e o gasto excessivo de água trazem para as populações, com base na entrevista realizada a Nuno Formigo, investigador da Faculdade de Ciências da U.Porto.]

Fotografia da capa por: Pexels

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